MÁQUINA DAS DERIVAS
A Máquina das Derivas é uma intervenção/instigação urbana que nasceu no contexto do Movimento Desejar e da Braga 25. Partindo da pergunta de como o desejo existe e transforma a cidade, a máquina convida a semear essa pulsão que nos move, percorrendo as ruas e praças no seu encalçe e respigando os seus frutos e promessas.
Instalada na praça do mercado municipal de Braga, a máquina esteve a recolher as histórias e os estados de alma, a coleccionar passos e pensamentos, sugerindo formas de caminhar, de olhar, de reparar e de agir. Através de jogos que pretendem baralhar os nossos hábitos e aprendizagens, propôs-se uma forma de redescobrir da cidade que já se pensava conhecer.
Nos primeiros dias reunimos com grupos e associações de pessoas que tendem a não ser tidas em conta no desenho e vivência da cidade, propondo-lhes que experimentassem a máquina e conversássemos sobre as suas experiências.
O proprósito dos jogos é gerar bilhetes para estas caminhadas na cidade. Cada bilhete é carimbado e depois gerado através de métodos de aleatoriedade divididos por quatro estações e parâmetros:
1- número de bilhete, 2- em qual dos sentidos do corpo se focará a atenção, 3- que sentimento se busca nesse caminho, 4- qual a direcção de partida.
Porque a máquina não é só contaminadora mas também colectora, depois da sua deriva cada pessoa deverá deixar uma pequena bola rosa com o número do bilhete no local que o afectou e trazer de volta o bilhete com a decrição da sua experiência juntando-a à colecção.
O conjunto dos relatos das experiências fala-nos de uma cidade múltipla, subjectiva e que se transfigura constantemente pela experiência individual e íntima, num diálogo fluído com a cidade construída e desenhada.
Tipo de projecto: Arte e comunidade
Local: Braga, Portugal
Data: Novembro 2024
Projecto geral: "Desejar - Movimento de artes e lugares comuns"
Promotor: Braga 25
Cocepção/Desenho/Construção: Colectivo Til
Membros colectivo Til: João Gonçalo Lopes, Diogo Monteiro, Luísa Capalbo, Patrick Hubmann
Mediação: Simone Almeida, Ana Bragança
Fotografia: Joana Jorge