Quinta do Loureiro

Localizada na periferia da cidade de Lisboa, a Quinta do Loureiro é um dos três bairros construídos para realojar a população do antigo Bairro do Casal Ventoso após a sua demolição.

Neste bairro de fundação relativamente recente mas com uma história longa e complexa, quisemos explorar a capacidade de nomear os lugares, como forma de apropriação colectiva dos moradores sobre a cidade.

Em lugar do uso corrente da sinalética urbana como forma centralizadora de regulação, controle ou gestão burocrática, o nosso exercício propunha dar essa ferramenta a quem habita o espaço e que com ele tem laços afectivos.

Essa substituição da autoria sobre a sinalética da rua foi feita a partir do restauro de sinais descartados e em fim de ciclo, sobrepondo-lhes novos desenhos e mensagens.

Explorando a estética e linguagem dos sinais de trânsito, o exercício começou por propôr aos moradores o mapeamento do bairro através da ilustração das suas referências individuais e colectivas dentro dele. Num segundo momento, em discussões conjuntas, procurou-se então perceber como poderiam estes lugares ser nomeados/representados pelas placas e que mensagens deveriam conter.

Um das questões centrou-se na denominação do próprio bairro. Através de um inquérito realizado pelas crianças, procurava-se saber os diferentes nomes oficais e não-oficiais que os moradores usam para se referir ao bairro. O levantamento procurava por em conversa as multiplicidade de experiências e perspectivas que existem sobre a história do bairro e os seus desafios actuais.